sexta-feira, 16 de setembro de 2011












Recebi esse texto por e-mail e resolvi postar.


Resposta ao deputado Henrique Fontana
 
O relator da proposta de Reforma Política na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana, publicou no seu site uma resposta aos comentários que fiz sobre o anteprojeto em discussão na Comissão (veja o texto Reforma política: relator do PT quer trocar o ruim pelo pior). Reproduzo abaixo sua resposta, acrescentando meus comentários (em negrito) a cada um dos itens por ele abordados.

Prezado José Serra,
Li com atenção suas considerações a respeito do anteprojeto de Reforma Política. Tenho acompanhado com satisfação o intenso debate despertado pela proposta, dentro e fora do Congresso Nacional, e recebido inúmeras sugestões de alterações pontuais no anteprojeto. Estou convencido de que, por meio de discussão a mais ampla e qualificada possível, encontraremos os caminhos que aperfeiçoarão a democracia brasileira. Nesse debate, percebo que um dos pontos em comum é a insatisfação com o modelo atual, caracterizado pela crescente dependência do sistema representativo em relação aos recursos dos financiadores privados. Em política, a insatisfação e o desconforto são o primeiro passo para a adesão à mudança.
Devemos lembrar que, se os arranjos institucionais são um conjunto de regras formais e informais que condicionam o comportamento dos atores, estes também são construções decorrentes da vontade humana, podendo, assim, ser modificados. Ademais, as normas não são criadas em condições de isolamento, de plena abstração em relação aos problemas enfrentados por uma sociedade em determinada conjuntura histórica específica. Ao contrário, as instituições que regulam a vida política em determinado momento são a resultante das influências de um conjunto de forças políticas, de classes e grupos de interesse diversos, que apresentaram seus diagnósticos sobre os principais problemas enfrentados pelo sistema político de uma sociedade específica. Não basta, portanto, criticar sem apontar caminhos.Quem me acompanha na vida pública sabe da minha obsessão por discutir e executar propostas viáveis, planejadas a partir de diagnósticos bem feitos. Lamento lembrar que se algum partido tem no DNA, o espírito da crítica pela crítica, é o PT, que por muito tempo viveu de uma política negativa, fazendo oposição sistemática a todas as ações propostas por outros governos. No caso particular do sistema eleitoral, já expressei diversas vezes minha principal proposta: a adoção do voto distrital uninominal nas eleições municipais já em 2012, como caminho para a futura adoção do voto distrital misto em nível nacional. Escrevi sobre isso no texto Diretas já em 2012.

Passo a comentar as propostas que apresentamos em nosso anteprojeto, dando prioridade aquelas que foram objeto dos seus comentários (registro apenas, para conhecimento dos leitores, que o anteprojeto trata de outros pontos, tais como a iniciativa popular de Leis e Propostas de Emendas à Constituição, a limitação das comissões provisórias dos partidos, o fim das coligações nas eleições proporcionais, as políticas de ação afirmativa de gênero, raça e a regulamentação das formas de escolha dos candidatos que farão parte das listas partidárias preordenadas, por meio do voto secreto dos convencionais ou filiados).
Em primeiro lugar, ao contrário do que foi sugerido, a proposta não entrega aos partidos o controle sobre a distribuição de recursos e, portanto, sobre o sucesso eleitoral dos candidatos. O Fundo de Financiamento das Campanhas Eleitorais estabelece critérios absolutamente transparentes para a distribuição dos recursos entre as campanhas para cada cargo, em cada estado ou município e entre os partidos políticos, a partir de resultados das eleições anteriores. A partir dessas regras, definidas pela legislação, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral transferir os recursos do Fundo para os comitês financeiros dos partidos, em contas bancárias específicas para cada campanha. Ademais, estabelecemos que, nas eleições proporcionais, diferentemente do modelo atual, no qual muitos candidatos buscam o voto nominal sem qualquer apoio dos seus partidos, pelo menos 50% dos recursos recebidos para as campanhas de determinado cargo devem ser gastos igualitariamente entre todos os candidatos do partido.
O fato de os critérios para distribuição dos recursos entre os partidos estarem previstos na lei não altera o cerne do meu argumento: a decisão sobre quais candidatos privilegiar, dentro de uma determinada circunscrição, estará inteiramente nas mãos da direção partidária. Será dela a prerrogativa de definir a alocação, entre os candidatos do partido, de metade dos recursos disponíveis pelo Fundo, o que está longe de significar uma competição em igualdade de condições.
Nas regras de distribuição dos recursos do Fundo entre os partidos, contemplamos o critério da igualdade entre todos os partidos com registro no TSE (5%) e entre todas as agremiações que elegeram um representante na Câmara dos Deputados na eleição anterior (15%). Contudo, nem todos os partidos possuem a mesma força relativa na sociedade. Por essa razão, estabelecemos que 80% dos recursos devem ser alocados de forma proporcional aos votos dos partidos na última eleição para a Câmara dos Deputados (aliás, este é o critério usado pela maioria dos países que financiam eleições com recursos públicos). Considerando que o tamanho dos partidos não é decidido por eles mesmos, não nos parece haver forma mais democrática de mensurá-lo do que em função do número de votos que conquistaram em uma eleição nacional. Além disso, como estamos preservando a representação proporcional e assegurando percentual de 20% a ser distribuído segundo critérios igualitários, estamos convencidos de que a regra proposta permitirá que os partidos possam crescer (ou diminuir) de tamanho de acordo com o respaldo que seus projetos e políticas alcançaram na sociedade, inclusive quando estiveram no exercício do poder.
É curioso que esta proposta venha à tona quando seus maiores beneficiários, por terem atualmente as maiores bancadas, sejam o PT e o PMDB, principais partidos da base aliada do governo. O que argumentei no meu texto original é a deficiência desse critério: pela proposta, se após quatro anos um governo (hipotético) se mostrar desastroso e com baixa aprovação popular, ainda assim muito provavelmente terá direito à maior parte dos recursos eleitorais, que serão definidos pelos resultados de uma eleição realizada quatro anos antes! Não basta o fato de que a distribuição do tempo de TV já siga esse critério? A proposta dificulta, e muito, o surgimento de novas forças políticas, ao dar um poder desproporcional, via recursos públicos, ao status quo partidário.
Não nos surpreende que a regra que veda as doações diretas dos financiadores de campanha aos partidos ou candidatos cause algum desconforto àqueles que contam com o apoio dos grandes doadores. Trata-se de um dos pilares do modelo proposto. Os doadores privados que quiserem contribuir com a democracia brasileira poderão fazê-lo de modo republicano e transparente, sem que os representantes tornem-se dependentes dos recursos privados indispensáveis ao êxito eleitoral, em um contexto no qual as campanhas têm apresentado custos sempre crescentes. Ademais, no sistema atual de financiamento, os principais financiadores elaboram, entre quatro paredes, as “listas fechadas” dos candidatos de acordo com suas preferências ideológicas, em detrimento de amplo conjunto de forças políticas e movimentos sociais que, apesar da legitimidade de suas demandas, não obtêm os recursos necessários para alcançarem sua representação no sistema político. Essa desigualdade criada pelo acesso diferenciado aos recursos econômicos manifesta-se nas chances diferenciadas de sucesso eleitoral entre os diversos candidatos em disputa. Analisando a prestação de contas dos candidatos a Deputado Federal, em 2010, constatamos que, entre os 513 eleitos, 369 candidatos foram os que mais gastaram nos seus estados, o que representa 71,93% da Câmara.
Para falar de grandes doadores, seria mais adequado fazer referência à campanha presidencial do PT do ano passado, tendo sido a mais cara dentre todas e a que mais contou com recursos de “grandes doadores”. Um dos aspectos mais instigantes da proposta do deputado é que em vez de propor um financiamento público exclusivo – que é o que o PT diz defender, quando fala sobre o assunto – ele abre uma brecha para que empresas privadas doem ao Fundo, mas conforme critérios que garantem que todo recurso privado destinado às eleições seja canalizado prioritariamente para as campanhas dos maiores partidos – no caso, PMDB e PT.
Quanto aos defeitos do sistema atual, em termos dos custos de campanha e influência do poder econômico, divergimos quanto à solução: defendo a adoção do sistema conhecido entre nós como distrital misto, em que uma parte dos deputados é eleita pelo sistema proporcional e a outra no modelo distrital, majoritário, combinando de forma clara as qualidades de ambos os sistemas. Aí sim teríamos uma aproximação do representante com o eleitor e uma redução real no custo de campanha.
Ademais, os dados disponíveis no sítio do TSE na internet apontam para o crescimento crescente do custo das campanhas eleitorais. Em 2002, os gastos declarados por partidos e candidatos nas campanhas para Deputado Federal alcançaram R$ 189,6 milhões; em 2010, esse valor chegou ao montante de R$ 908,2 milhões, um crescimento de 479% em oito anos. Se continuarmos nesse ritmo exponencial de aumento dos gastos, em poucos anos o sistema político brasileiro será ocupado por apenas dois tipos de candidatos: os muito ricos ou aqueles que abrem mão de suas convicções e propostas para atender aos interesses dos seus financiadores de campanha. Em contrapartida, o financiamento público proporcionará maior igualdade entre os partidos e candidatos e permitirá, ao mesmo tempo, que muitas pessoas que não ingressam na vida pública por falta de recursos possam se sentir estimuladas a participar da disputa em uma campanha eleitoral.
Em articulação com o fortalecimento do debate programático, da democratização da vida partidária, da redução do custo das campanhas e da influência do poder econômico no sistema político, estamos propondo que o maior valor recebido por um partido político em uma determinada eleição constituirá teto naquela disputa. A partir dos valores dos recursos distribuídos entre os partidos pelo TSE, que serão públicos, tanto os atores do sistema político como a população poderão acompanhar os gastos realizados pelos partidos por meio das declarações das despesas efetuadas a cada quinze dias, em sítio específico para este fim organizado pela Justiça Eleitoral. A partir dessas regras, os partidos deverão racionalizar e organizar suas despesas, sabendo que deverão realizar todos gastos das campanhas apenas com os recursos recebidos do Fundo de Financiamento das Campanhas Eleitorais. Em contraste com o modelo atual, que apresenta grande disparidade entre a capacidade de arrecadação dos partidos e candidatos, num sistema baseado no financiamento das campanhas a partir de critérios republicanos, as diferenças relativas entre os partidos serão reduzidas. Ao mesmo tempo, ao racionalizarem seus gastos, os partidos deverão concentrar suas campanhas na elaboração de propostas coletivas, de modo que seus candidatos não desvinculem suas propostas políticas pessoais das ideias partidárias.
O problema com essa linha de argumentação é supor que o financiamento público terá o poder mágico de reduzir os custos de campanha. O anteprojeto do relator prevê um sistema eleitoral que preservará todas as características que levam aos altos custos atuais: os candidatos continuarão a ter de percorrer seu Estado (ou sua cidade, nas eleições municipais) inteiro(a) em busca de votos, e seguirão competindo ferrenhamente com centenas de rivais, incluindo seus próprios colegas de partido. Resultado: ou o Governo será pressionado a elevar o financiamento público a níveis estratosféricos, desviando recursos públicos preciosos de áreas como educação e saúde; ou, na prática, se estará institucionalizando o caixa dois. Mas o caixa dois aumentaria de qualquer modo se viesse a prevalecer o sistema eleitoral proposto pelo relator Fontana.
Também estamos propondo, de forma coerente com as regras do financiamento público, um sistema eleitoral que, por intermédio da valorização das campanhas coletivas e programáticas, tenderá a reduzir drasticamente os seus custos. Ao mesmo tempo em que preserva os benefícios proporcionados pela lista partidária preordenada, o sistema proposto não retira do eleitor a possibilidade de interferir no ordenamento da lista, alterando a posição do candidato de sua preferência. Ademais, outra novidade decorrente da introdução do voto duplo nas eleições proporcionais é que o eleitor deverá considerar o seu voto de uma perspectiva partidária. Como os dois votos serão computados no cálculo dos quocientes eleitoral e partidário, os partidos serão estimulados a defender suas propostas e ideias inclusive nas eleições proporcionais, que hoje se caracterizam pelo excessivo personalismo e ausência de espaço para o debate das propostas políticas que serão defendidas no Parlamento.
Ao mesmo tempo, como o eleitor poderá votar em candidatos de partidos diferentes, os partidos deverão ser muito criteriosos tanto na seleção dos candidatos, no posicionamento a eles conferido na lista partidária preordenada e na apresentação de suas propostas políticas, pois o leque das opções à disposição do eleitor não ficará comprometido pela vinculação a priori entre os dois votos (a propósito da desvinculação entre os dois votos, vale lembrar que esta é permitida também na Alemanha, por exemplo, onde o eleitor pode votar em um partido, no voto na lista preordenada, e em candidato de partido diferente, no distrito). Para que possamos ampliar a compreensão dessa sistemática pelo conjunto do eleitorado, o anteprojeto estabelece que o TSE, em seus comunicados nos meios de comunicação, deverá promover campanhas de esclarecimento da população a respeito das regras da representação proporcional adotadas no país. Ademais, reafirmamos o nosso compromisso com a representação proporcional, o direito de voz e de representação às minorias e com a preservação do voto de opinião, comprometidos quando utilizamos o sistema majoritário.
Infelizmente, é difícil imaginar como as campanhas se tornarão “coletivas e programáticas” se o eleitor vai continuar a ter de escolher entre milhares de candidatos disputando entre si os votos de todo um Estado ou município, como ocorre hoje. Aliás, o personalismo das campanhas pode até aumentar: isso porque os partidos que têm poucos votos de legenda tentarão compensar essa deficiência apresentando candidatos de apelo popularesco, como celebridades e excêntricos.
Não há comparação possível com o sistema alemão. Na Alemanha, o eleitor possui dois votos, mas com critérios distintos: um voto elege o representante do seu distrito, por critério majoritário (como se fosse uma eleição para prefeito: cada partido apresenta um candidato, e o mais votado é eleito). O outro voto é na legenda de um partido, e será ocupado conforme ordenação da lista partidária. Nesse modelo sim as campanhas são muitíssimo mais baratas, pois os candidatos pelo critério majoritário fazem campanha apenas no seu distrito, disputando com meia dúzia de concorrentes – e não milhares pelo Estado todo, como no modelo proporcional atual, mantido na proposta do relator.
Em síntese, o fortalecimento dos partidos, a drástica redução da influência do poder econômico nas campanhas eleitorais e a manutenção das virtudes da representação proporcional constituem os pilares do sistema proposto ao país. Aos que pensam de forma diferente, peço que apresentem, de forma coerente e articulada, soluções para os problemas inadiáveis que deveremos enfrentar.
A primeira pergunta a fazer, no caso de mudanças no sistema eleitoral, é qual o seu objetivo. Entendo que uma reforma política deva atender a três demandas principais: democratizar a política, tornar as eleições mais baratas e aproximar o eleitor do seu representante.
O sistema proporcional existente hoje no Brasil eleva demais o custo das campanhas, fortalece o individualismo e distancia representante e representado – poucos se lembram a quem deram o voto, para vereador ou deputado.O  anteprojeto só pioraria esse estado de coisas, tornando  o processo ainda mais confuso. Querem confusão maior do que um eleitor votar num partido e, ao mesmo tempo, num nome de outro partido?
Estou convicto, há muito tempo, de que o voto distrital seria o melhor remédio para os problemas do nosso sistema. Com ele os deputados disputariam votos numa circunscrição bem menor do que a atual, o que baratearia a eleição. Em cada distrito, cada partido só teria um candidato, o que reforçaria a identidade das legendas; e os eleitores saberiam sempre o nome do “seu” parlamentar, mesmo que não tivessem dado seu voto a ele, o que garantiria um nível de pressão popular e cobrança muito maior sobre o Congresso Nacional.
Como a introdução do voto distrital significaria uma grande mudança de cultura política, tenho proposto uma adoção gradual, começando pelas eleições para vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores (aqueles em que há segundo turno nas eleições para prefeito). Por se tratar de uma eleição local, nelas poderia ser adotado o voto distrital puro: elas seriam divididas em tantos distritos eleitorais quantos forem os vereadores a serem eleitos; em cada distrito, o candidato mais votado é eleito. É um modelo simples, transparente e muito menos custoso.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Governo acaba com a farra dos carros importados

Disposto a conter a inundação de carros chineses no mercado brasileiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (15) um aumento de 30 pontos percentuais da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os automóveis fabricados no Brasil.

Naturalmente, os preços dos carros explodiriam de imediato. Mas a estratégia é fechar os dois lados do cano. Para isso, Mantega também anunciou que para que as montadoras tenham direito ao benefício fiscal, devem produzir pelo menos 65% das peças no Brasil e preencher seis de 11 requisitos estipulados pelo governo.

- Há um desespero da indústria mundial e o Brasil, que tem consumidores, está sofrendo esse assédio. Corremos o risco de estarmos exportando empregos. Para proteger essa indústria, que gera empregos, inovação tecnológica, estamos tomando essas medidas.

Hoje, não existe qualquer exigência de conteúdo nacional e as fabricantes podem importar até 100% para apenas montar os carros por aqui. A partir de amanhã, com a publicação da medida provisória, as montadoras terão até 60 dias para comprovar que fazem a montagem, fabricação de motor e transmissão, estampagem, pintura, injeção de plástico, entre outros.

Caso não consigam comprovar a fabricação no Brasil, as montadoras terão seus veículos tributados. Para os carros de até 1.000 cilindradas, sobe de 7% para 37%. Entre 1.000 cilindradas e 2.000 cilindradas, cuja alíquota atual está entre 11% e 13%, será taxado em 41% e 43%, respectivamente.

De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, entre 12 a 15 montadoras terão condições de se adequar às novas medidas sem repassar custos ao consumidor.

- Metade dos veículos importados vão ficar fora dos benefícios. Mas a medida visa exatamente a atrair empresas a fabricarem aqui e não apenas importar. 
Para se ter uma ideia da extensão dessa medida, um carro chinês que vem fazendo muito sucesso no Brasil e que atualmente custa R$ 37.900, pode chegar ao consumidor por quase R$ 50.000.
Hoje, um quarto dos veículos no Brasil são importados e os carros chineses já representam cerca de 2% dos emplacamentos de automóveis no país. Enquanto isso, há um estoque aproximado de 400 mil veículos novos nos pátios brasileiros, o equivalente a 37 dias de venda. O nível considerado normal está entre 28 e 30 dias, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
A medida vale até dezembro de 2012 e faz parte do plano de estímulo à indústria Brasil Maior, anunciado no mês passado pela presidente Dilma Rousseff. Os carros fabricados na Argentina não se enquadram nas regras, uma vez que os dois países possuem acordo automotivo que tributa os veículos fabricados naquele país como de conteúdo regional.
Antecipação
A decisão do governo de restringir a entrada de importados já havia sido sinalizada nesta quarta-feira (14), quando o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, defendeu medidas que privilegiassem a manutenção de empregos na indústria nacional.

- Nós tivemos redução de praticamente 40% de empregos gerados na indústria automobilística este ano. Tivemos aumento muito forte na entrada de importados, e eu gostaria de solicitar que os brasileiros dessem preferência ao carro nacional.

Fonte :  R7

Após demissão de ministro, Dilma diz que PMDB é 'fundamental'

Um dia após consolidar a demissão do ministro peemedebista do Turismo, Pedro Novais, suspeito de ter utilizado recursos públicos para pagar uma governanta e um motorista, a presidente Dilma Rousseff elogiou nesta quinta-feira o PMDB, principal aliado no governo de coalizão, e disse que o partido é "fundamental". Ao lado do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, disse que tem com ele "um relacionamento profícuo e de confiança". Mesmo após ser hospitalizado, Temer participou ativamente das articulações para a saída de Novais e para a escolha do novo ministro, Gastão Vieira.
"O PMDB é um parceiro fundamental do meu governo. Nossa parceria se fortalece no relacionamento profícuo e de confiança que eu tenho com o meu vice-presidente, Michel Temer. Esse relacionamento com o Michel Temer, estreito e efetivo, tem mostrado e tem evidenciado como o Michel tem atuado com eficiência no governo e lealdade entre nós, tanto no trabalho que ele exerce nas questões próprias do governo, como nas articulações políticas. Agradeço a ação firme do PMDB por meio do apoio que suas bancadas na Câmara e no Senado prestam ao meu governo, bancadas sempre presentes e leais quando estão em jogo interesses do País", disse Dilma.
A presidente também defendeu o chamado governo de coalizão, composto por diversos partidos aliados. "Muitos consideram mais fácil comandar um governo de partido único. Aqui no nosso País não é a maneira de que nós gostamos, não é a maneira prática de governar. Esse governo de coalizão exige de nós maior capacidade de articulação política, maior democracia na nossa relação, mas também reflete a pluralidade e a complexidade da própria sociedade brasileira e também as características participativas da democracia brasileira", afirmou a presidente.
Ao elogiar o PMDB, Dilma relembrou ainda a capilaridade do partido nos municípios e destacou a pauta política da legenda durante as eleições municipais de 2012. "Os atuais prefeitos do PMDB e aqueles que vierem a ser eleitos na eleição de 2012 saberão e sabem hoje que educação, saúde, meio ambiente e segurança são temas fundamentais da sociedade brasileira e do meu governo. Acredito que um dos maiores desafios do meu governo é garantir a qualidade dos serviços públicos e, por isso, compartilho com vocês a certeza de que nesses primeiros oito meses de governo a nossa parceria deu passos decisivos para encaminhar essas questões".
"O PMDB é o partido com o maior número de prefeitos. Está credenciado a atuar como importante porta-voz dos legítimos interesses dos municípios de todas as regiões do nosso País", disse a presidente.
A crise no Turismo
Pedro Novais (PMDB) entregou o cargo de ministro do Turismo no dia 14 de setembro, depois de sua situação política ter se deteriorado por suspeitas de que ele teria usado recursos públicos para o pagamento de uma governanta e de um motorista para a família. A denúncia não foi a primeira e tornou a permanência de Novais insustentável, apesar do apoio do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele foi o quinto ministro a deixar o posto no governo Dilma Rousseff.
A crise no Turismo começou com a deflagração da Operação Voucher, da Polícia Federal (PF), que prendeu, no início de agosto, 36 suspeitos de envolvimento no desvio de recursos de um convênio firmado entre a pasta e uma ONG sediada no Amapá. Entre os presos estavam o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, e um ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Dias depois, o jornal Correio Braziliense publicou reportagem que afirmava que Novais teria sido alertado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as irregularidades do ministério 47 dias antes da operação da PF, sem tomar qualquer medida. Novais negou que tivesse recebido o aviso.
No dia 20 de agosto, a Folha de S.Paulo afirmou que uma emenda ao Orçamento da União feita por Novais em 2010, quando ainda era deputado federal, liberou R$ 1 milhão do Ministério do Turismo a uma empreiteira fantasma. O jornal voltou à carga em setembro, denunciando que o ministro teria usado dinheiro público para pagar a governanta de seu apartamento em Brasília de 2003 a 2010, quando ele era deputado federal pelo Maranhão. Em outro caso, o ministro utilizaria irregularmente um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular de sua mulher, Maria Helena de Melo.
 
Fonte :  terratv 

Anvisa suspende a venda de nove fitoterápicos




A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou nesta quarta-feira no "Diário Oficial da União" a suspensão da venda e do uso de dez produtos e medicamentos com desvios de qualidade.
A suspensão é definitiva, vale para todo o país e começa a valer logo após a divulgação da medida. A agência recomenda que pessoas que já tiverem adquirido algum produto dos lotes suspensos interrompam o uso.
Nove fitoterápicos foram suspensos por falta de registro. A agência vetou também um lote do medicamento Valerimed, que apresentou resultado insatisfatório nos testes de rotulagem e teor de ácido valerênico.
Também foi publicada a interdição cautelar de quatro produtos alimentícios: lote fabricado em 07/06/2010 e válido até 07/06/2012 do produto pimenta-do-reino moída marca Kombate, lote 261155ZS do produto Páprica Picante Especiarias Premium, da marca Bella Cucina, lote 03 do produto Extrato de Tomate Simples Concentrado e lote 22 do produto Orégano, da marca Maia.
Nome Empresa Indicação, segundo o fabricante Motivo
Chá Sete Ervas 130g Rouxinol Produtos Naturais, de São Paulo Obesidade, gordura localizada, celulite e colesterol O produto não possui registro na Anvisa
Flor da Índia - Xarope 500ml Nutri Plantas, localizada em Manaus Boca amarga, cólica de fígado ou rins, prisão de ventre e dores de cabeça O produto não possui registro na Anvisa
Flor do Sertão - Xarope 500ml Elis Natu's Hepatite, úlcera gástrica, pedras na vesícula e ácido úrico O produto não possui registro na Anvisa
Flor da Catingueira 500ml Bonature Comércio de Produtos Naturais, localizada em Belo Horizonte. Bebida com extratos vegetais e vitamina C O produto não possui registro na Anvisa.
Umburana composta 500ml Não consta Auxilia no tratamento das infecções dos rins, do fígado e vesícula O produto não possui registro na Anvisa
Nutri Plantas - Composto de ervas medicinais 500ml Nutri plantas, localizada em Manaus. Empachamento, úlcera, azia, boca amarga e dores gástricas O produto não possui registro na Anvisa
Folha Santa 200ml Natureza Viva Evita derrame e palpitações no coração O produto não possui registro na Anvisa
Elixir de Pai João 250 ml - Fitoterápico Não consta Dores de barriga, impotência sexual e perda de memória O produto não possui registro na Anvisa
Tayu Caroba 250ml - Elixir natural composto Não consta É depurativo do sangue e elimina cravos, espinhas, tumores e feridas crônicas O produto não possui registro na Anvisa
Lote nº 2916 do medicamento Valerimed Empresa Cimed Indústria de Medicamentos Ltda., localizada em Pouso Alegre- MG Tratamento de alterações provocadas pelo desequilíbrio do sistema nervoso autônomo. Indicado como relaxante e sedativo nas desordens do sono de origem nervosa O medicamento apresentou resultado insatisfatório nos ensaios de rotulagem e teor de ácido valerênico







Fonte :  Folha.com









Emenda da saúde entra na pauta da Câmara

O projeto de lei que regulamenta os gastos com saúde pública no país, deve ser votada na próxima quarta-feira (21), no plenário da Câmara dos Deputados.
O acordo para votar que regulamenta a Emenda 29, definindo quais ações governamentais podem ser classificadas como gastos em saúde, foi fechado nesta quinta-feira entre os líderes partidários.
"Foi um acerto do Marco Maia (presidente da Câmara) marcar a votação da Emenda 29", disse hoje o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O acordo também prevê a análise, na mesma data, da criação da chamada Comissão da Verdade, cujo objetivo é apurar crimes contra os direitos humanos entre 1946 e 1988.
O petista, no entanto, diz não acreditar em unanidade pela apreciação da Comissão da Verdade.
"Será um acordo com 480 somente. Não conseguiremos juntar todos os deputados", calculou.
ESFORÇO
Os parlamentares fizeram nesta semana um esforço para a votação de quatro medidas provisórias: a MP 535, que integra o programa Brasil sem Miséria; a MP 536, que reajusta para R$ 2.384,82 o valor da bolsa para médicos residentes; a MP 537, que abre crédito extraordinário de R$ 500 milhões para ações de defesa civil nos ministérios da Defesa e da Integração Nacional; e a MP 538, que prorroga até 31 de dezembro de 2010, 53 contratos temporários de pessoal do Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Protação da Amazônia).
A intenção do ritmo acelerado de trabalho impressionou os parlamentares. Só no início do governo Dilma Rousseff os parlamentares tinham votado quatro projetos em uma só semana.
A Câmara quer "abrir uma janela" de votações e colocar em pauta os dois projetos de interesse dos parlamentares.
Um entrave é a votação do projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares na próxima terça-feira, dia 20. O texto foi aprovado na comissão especial ontem após confusão com manifestantes contra o texto. No entanto, os parlamentares acreditam que o projeto passará "sem problemas" em plenário.
Outro projeto que pode atrapalhar os planos de votação é o que concede anistia a policiais militares e bombeiros do Rio de Janeiro, Rondônia e Sergipe. Hoje e na última terça-feira, o PR obstruiu as votações nas sessões do Congresso Nacional, pedindo a análise da matéria.
Vaccarezza afirma que esse tema será discutido em plenário também na terça-feira..
Fonte: Folha.com

PMDB vislumbra candidatura própria à presidência em 2014

O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), declarou nesta quinta-feira (15) que, mesmo com a forte parceria com o governo petista, a legenda trabalha para continuar sendo o maior partido do país, o que incluiria também ter candidato próprio para presidente em 2014.

“A aliança hoje é sólida, mas todo o partido tem que estar preparado [porque] daqui a três anos ninguém sabe o que pode acontecer. Então, vamos estar preparados com muita força para as eleições de 2012, esperando chegar 2014”, afirmou o parlamentar.

Raupp ocupa o posto na legenda pertencente ao vice-presidente Michel Temer - que se licenciou para assumir o cargo. O PMDB é o maior partido da base aliada governista. Desde meados da década de 1980, quando o Brasil se desvencilhou da ditadura e retomou a votação direta para seus representantes, a legenda tem se mantido ao lado dos governos vencedores, o que lhe rendeu a fama de "fisiologista".
O PMDB foi aliado dos tucanos nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso e também dos petistas, nos dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, de Dilma Rousseff.

Cientes da força nas diferentes instâncias de poder na política nacional do PMDB, o fórum nacional teve como objetivo reforçar a potencialidade da legenda nas próximas eleições. “É isso que o PMDB está fazendo, reforçando-se em todo o Brasil para as eleições de 2012 e não perdendo o foco também em 2014, apostando forte em governadores, senadores, deputados federais e estaduais e, se possível, a candidatura à Presidência da República”, afirmou Raupp.

Mais cedo, o peemedebista comemorou a melhor relação com a presidente petista e avaliou que a ida dela ao evento é símbolo da união dos dois partidos.

Acusações de corrupção

A saída do peemedebista Pedro Novais do Ministério do Turismo nesta quarta-feira (14) é a quinta baixa em menos de nove meses de governo da presidente Dilma Rousseff, e o segundo nome de um partido aliado, o PMDB, envolvido em escândalos de corrupção.

Além de Novais, já deixaram o governo diante de suspeitas de corrupção o peemedebista Wagner Rossi, da Agricultura,  Antonio Palocci (PT), da Casa Civil, Alfredo Nascimento (PR), dos Transportes, e Nelson Jobim (PMDB), da Defesa --que deixou a pasta após declarações públicas que desgastaram a relação dele com o PT.
Fonte:Camila Campanerut
Do UOL Notícias 
Em Brasília